sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

3 DE FEVEREIRO DE 1959

“I can't remember if I cried
When I read about his widowed bride
But something touched me deep inside
The day the music died”
(Trecho da música “American Pie” de Don McLean)

“The day the music died” [O dia que a música morreu, em português]. Assim ficou conhecido, por todos os que amam o Rock ‘n’ Roll, o dia 3 de fevereiro de 1959. Nesse dia, um trágico acidente aéreo levou três astros em ascensão da música: Buddy Holly, JP “The Big Bopper” Richardson e Ritchie Valens.



Os músicos estavam participando, ao lado da banda Dion and the Belmonts, da turnê “The Winter Dance Party” que visitaria 23 cidades entre os dias 23 de janeiro e 15 de fevereiro. Essa turnê não teve uma logística bem planejada e um dos problemas era o tempo gasto para ir de uma cidade a outra, resultando num esgotamento físico nos artistas. Além disso, o ônibus usado na turnê para levar os músicos não estava preparado para suportar o inverno americano e desde o início da turnê estava com o seu sistema de aquecimento quebrado.



No dia 2 de fevereiro, após o show no “The Surf Ballroom” em Clear Lake (Iowa), Buddy Holly – por todos os motivos citados acima – decidiu fretar um avião para ir na próxima parada da turnê que seria Moorhead (Minnesota). O Beechcraft Bonanza modelo B35 contratado só podia levar três passageiros, então as vagas foram ocupadas por Buddy Holly e dois dos seus músicos, Waylon Jennings e Tommy Allsup, após o vocalista Dion DiMucci de Dion and The Belmonts ceder o seu assento pois considerava que o valor a ser pago, 36 dólares, era um gasto extravagante.

Porém, Jennings cedeu o seu lugar para “The Big Bopper”, pois este tinha contraído uma gripe, e Allsup – após perder no jogo “cara ou coroa” – para Ritchie Valens, que até esse momento nunca tinha viajado em avião pois, morria de medo de aviões.



Numa entrevista concedida ao programa “Behind The Music” do canal musical VH1, Jennings contou sobre um dos últimos diálogos que teve com Holly. Após Buddy ficar sabendo que o Jennings tinha cedido o seu assento, brincou dizendo que esperava que o velho ônibus congelasse. Jennings no mesmo tom brincalhão respondeu: “E eu espero que seu avião velho caia”. Essas palavras atormentaram Jennings pelo resto de sua vida.

Cabe destacar que esta apresentação em Iowa não estava incluída na programação original, mas os organizadores queriam aumentar a quantidade de shows e entraram em contato com o gerente do local que aceitou a proposta.

Os destroços do avião foram encontrados numa plantação de milho, a oito quilômetros do aeroporto de Mason City (Iowa), aproximadamente às 9h 30’ do dia 3 por Hubert Dwyer, dono da aeronave, que tinha saído à procura do avião depois de receber a notícia que o piloto do Bonanza, Roger Peterson, não tinha entrado em contato após a decolagem.

Monumento no local do acidente.
OS ARTISTAS

Buddy Holly



Buddy Holly, cujo nome verdadeira era Charles Hardin Holley, é considerado um dos fundadores do Rock 'n' Roll e, mesmo com uma carreira curta, ele influenciaria não só músicos famosos como The Beatles, Rolling Stones, Eric Clapton e Bob Dylan, entre outros, senão que também exerceria uma contribuição significativa na direção que a música tomaria. Sem esquecer que Budy Holly inventou o visual geek que é copiado até hoje.
Com a sua banda Crickets, ele vinha quebrando barreiras raciais e boa parte do seu público era formado por negros.
Holly, descrito pelos críticos como "a força criativa mais influente dos primórdios do rock", foi um dos primeiros a serem incluídos no Hall da Fama do Rock and Roll em 1986 e, em 2011, finalmente ganhou sua estrela na Calçada da Fama em Hollywood.
Ele só tinha 22 anos no momento do acidente.

Ritchie Valens



Ritchie Valens (nome verdadeiro Ricardo Esteban Valenzuela Reyes) era descendente de mexicanos, porém não falava uma palavra em espanhol. Para poder cantar "La Bamba", sua música mais conhecida, ele teve que memorizar a letra e muitos dizem que ele não tinha noção do que estava cantando.
No momento da sua morte, ele só tinha 17 anos e a sua carreira estava em plena ascensão já que duas das suas canções estavam constantemente tocando nas rádios: a já citada "La Bamba", que seria o título de um filme sobre a sua vida, e "Donna", uma balada composta para a sua namorada.

JP "The Bigger Bopper" Richardson


The Big Bopper era o nome artístico de Jiles Perry Richardson (JP Richardson) e, talvez, seja o nome menos conhecido no Brasil. Porém, nos Estados Unidos ele é considerado um dos pioneiros do Rock and Roll. Antes de começar a cantar, ele era DJ na rádio texana KTRM (hoje KZZB) e em maio de 1957 ele fez uma maratona de cinco dias, duas horas e oito minutos, tocando 1821 discos.
A sua música mais conhecida é "Chantilly Lace" que logo tornou-se sensação nacional chegando na sexta posição das paradas.
Ele morreu aos 28 anos.

A MÚSICA "AMERICAN PIE"

Don McLean era só um garoto de 12 anos que entregava jornais e sonhava em tornar-se cantor quando ocorreu o acidente que mataria os três proeminentes músicos. Doze anos depois, em 1971, ele comporia e lançaria a música de folk-rock "American Pie" que ajudou a popularizar a expressão "o dia em que a música morreu", ou parafraseando a Raul Seixas "o dia em que o rock bateu as botas". Com mais de oito minutos, a música foi um sucesso instantâneo.


[Observação: sabemos que há mais na história de cada músico, mas não quisemos nos estender muito pois, em breve, faremos matérias especiais deles]

Referências:

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