"Nos
sentimos muito enganados!"
Entrevista realizada por Artur Schulz para o site
alemão Laut.de. Publicada no
dia 15 de dezembro de 2009.
Tradução: TBB Brasil Fanpage
Eles são uma das surpresas de 2009.
Praticamente do nada The Baseballs estava comemorando o sucesso do seu álbum no
estilo Rockabilly. E em um curto prazo de tempo, devido aos shows
que estavam por vir, marcamos uma reunião com The Baseballs. Quando cheguei na
casa de shows Große Freiheit 36 em Hamburgo, a banda só estava
disponível para entrevistas em vídeo e no seu curto tempo livre tinha improvisado
uma apresentação a Capella.
Depois, a assessora marcou o meu encontro com Sam, Digger e Basti. Longe
da agitação que os rodeia um Digger relaxado, muito correto e muito cordial me
recebe com “Ah, Senhor Laut.de! Seja cordialmente bem-vindo! ” - "Então
você, aparentemente, está falando bem de nós..." - "Bem, a sua
resenha do álbum foi muito boa para nós! ”. Os três começam a rir e podemos ir
para um cantinho, longe e tranquilo, para começar a nossa conversa.
Vocês são jovens ainda – por que gostam de músicas “antigas”?
Sam: Foi assim com
todos nós, que éramos muito jovens quando entramos em contato com esta música,
nossos primeiros discos na verdade eram todos de Elvis Presley e outros artistas
[do estilo], bom, no meu caso era uma fita-cassette. O amor do Rock and Roll
nos atingiu de muitas maneiras diferentes, não só O Rei, mas em geral a música
desta época.
Digger: Naquela época
assistíamos os velhos filmes de Elvis na TV, no domingo à tarde, enquanto
fazíamos o lanche da tarde com mamãe e papai. Você ficava assistindo e gostava
cada vez mais, a cada cena. Especialmente, claro, a música.
Quantos anos vocês tinham nesse então?
Sam: Puxa... eu estava
então com sete, oito anos. Depois, meu pai gravou um vídeo que colocava
repetidamente e eu dançava durante as músicas. Meu pai também tinha uma câmara
de vídeo, e ele mesmo gravou! Essa música deve ter me impactado desde muito
cedo, porque eu não me controlava quando a ouvia.
O álbum de vocês quase não foi divulgado, o sucesso veio praticamente do
nada. Como vocês se sentiram sobre isso?
Sam: Bom, o CD tem
estado cerca de meio ano nas paradas e ainda está lá! Nós ficamos muito felizes,
mas não esperávamos isso. Para quem está começando é algo para parar e pensar:
"Então, agora vamos para o Top Ten", estamos bem encaminhados, mas não
é bem assim. Nos sentimos muito enganados. E estamos curtindo muito também! Mas,
não de modo que nos acomodamos, porque vemos isso como uma oportunidade. As pessoas
nos conhecem um pouco agora, sabem o que estamos fazendo, mas agora cabe a nós provar
que não somos uma banda de um só hit, de continuar entretendo o público. É
principalmente um incentivo, e é por isso que não há nenhuma razão para se
acomodar.
O que significa, para um jovem, do nada se tornar uma estrela?
Digger: Oh, estrelas.
Não é bem isso, e nós não somos. Para nós, e isso o que realmente quero dizer, é
uma grande honra que existem pessoas que compartilham nossa paixão. Não é como
nós tivéssemos dito: vamos fazer música agora e convencer as pessoas, senão que
foi totalmente ao contrário. Especialmente os mais jovens através de nós tem um
primeiro contato com o Rock ‘n’ Roll e vemos isso em muitas coisas, não só nos
nossos concertos. Recebemos e-mails onde nos pedem dicas de filmes dessa época
ou como fazer um topete e essas coisas, precisamente porque para muitos jovens
é algo completamente novo e eles nos veem como parceiros competentes na área.
Digger: É algo muito
especial quando ouvimos: Ei, vocês fazem boa música, que transmite um
sentimento especial que está relacionado com os anos cinquenta, como e que mais
posso aprender? E não é apenas algo superficial, o que é particularmente
importante para nós: envolve uma paixão verdadeira, genuína e real.
"Estamos
falando de diversas gerações"
Vocês têm convertido os jovens fãs de Hip Hop em “velhos” roqueiros?
Basti: Pare, pare! Nós
não nos vemos como missionários! Mas, durante os festivais que tocamos no
verão, nós descobrimos que na verdade as pessoas com Baggypants que estavam na
frente do palco e depois, na quarta ou na quinta canção, começaram a se mexer.
Ei, você como ser humano, não pode ser apenas definido por apenas um aspecto,
apenas por se mexer você já pode estar bem envolvido com o Rock ‘n’ Roll e só
basta simplesmente aceitar.
Pois bem, além do público jovem, os fãs mais velhos de rock ' n' roll
também acreditam em vocês?
Sam: Ontem, havia uma
mulher em Berlim, que veio até nós e nos disse que tinha um autógrafo original
de Elvis. E nos mostrou!
Cuidado quem tem isso! Porque pode provocar ciúmes...
Basti: É meio louco em
concertos. Falamos na verdade de várias gerações. Você pode ver que todas as
noites quando tocamos em qualquer lugar: temos na primeira fileira as pessoas
mais jovens, mesmo meninas com as saias [dos anos 50], mas se olharmos mais
para trás, você pode ver pessoas sem limite de idade, que vai de 13 ou 14 anos para
cima.
Digger: Foi ontem, que
vi três gerações juntas: havia uma jovem de 14 anos, que estava sentada com sua
mãe e avó. E se divertiram o tempo todo!
Por que vocês se chamam "The Baseballs" e não “Dion & The
Belmonts” ou “Joey Dee & Starliters”, como era comum no final dos anos
cinquenta e início dos anos sessenta?
Sam: Exatamente,
exatamente! Para nós foi importante não ter um nome só composto apenas pelo
nome do líder mais o nome da banda, senão colocar um ponto em comum – como “The
Tempations”, apenas encontrar um nome de banda que simplesmente expresse: "Este
é um grupo". Nós queríamos isso, mas também não queríamos parecer como
qualquer outra banda do Neo Rock And Roll ...
... como "The Shakers".
Sam: ... ou "The
Hot Rods", que era o que nós não queríamos. Mas não queríamos que as
pessoas, de alguma forma, ficassem desprevenidas. O que posso usar como nome,
que tenha uma relação forte com a década de 1950, mas ainda assim não seja automaticamente
ligada ao rock ' n' roll? Baseball era uma febre nos Estados Unidos, o grande
esporte nacional nos anos cinquenta.
Digger: A boa notícia
para nós é que: todo mundo aqui na Europa conhece o termo, mas ninguém
realmente tem alguma ideia de como o esporte funciona. Assim, esperamos: que o termo "Baseball", nos
próximos anos seja usado para que as pessoas se lembrem de nós e não do
esporte, então... ai sim, teremos conseguido! (Risos)
"Esta é uma
voz tão doce!"
Haverá no próximo disco as primeiras composições próprias de The
Baseballs? Pode ser muito simples repetir a receita do bem-sucedido álbum de
estreia – adaptar músicas atuais...
Digger: Para o track
list do álbum de estreia nós pensamos muito para escolher as músicas! Queríamos
levar as pessoas para mais perto do rock ' n' roll, principalmente a nossa
geração, porque ele já não é tão popular. É por isso que nós fizemos isso com
as músicas que eles já conhecem. Mas este é apenas o primeiro passo. Estamos
agora compondo as nossas próprias canções e três delas já estão incluídas no
nosso set list ao vivo. A beleza disto é que percebemos que realmente estamos
chegando. As pessoas já começam a cantar conosco no segundo refrão, o que é muito
importante, claro. O que nós fazemos realmente é compor como canções pop e depois
as adaptamos para o rock ' n' roll. Esse é o truque.
Basti: É bonito quando
vemos os fãs cantando conosco as nossas próprias canções. Quando são covers, é
sabido que já são conhecidos, mas com as músicas novas... isso é algo muito
especial.
Eu gosto do álbum de vocês especialmente a faixa "Don't cha"
com essa doce voz feminina. Quem canta?
Digger: É uma antiga
amiga de Basti!
Antiga?
Digger: Era
anteriormente a vocalista em uma banda de gala, que tocava música dos anos
sessenta e setenta. Nós os conhecíamos bem, e Sam e eu pensamos afinal:
"Esta é uma voz tão doce!", temos que tê-la no álbum! Ela também, de
alguma foram, tem uma ótima voz dos anos cinquenta, que se encaixa bem na nossa
atmosfera. Então, Basti entrou em contato com eles e ela ficou imediatamente
entusiasmada com a ideia e participou de bom grado.
Bastam vocês aparecerem e as mulheres já tem um ataque. Lá fora, na
frente de Freiheit, já há algumas esperando, três horas antes de abrir as
portas!
Sam: Estas são as
nossas fieis escudeiras – mesmo, quando viajamos! (Ri)
O tempo voa e, antes que os meninos desapareçam, peço-lhes tirar algumas
fotos rapidamente. A atmosfera é simples, os The Baseballs estão de bom humor.
Eles insistem em tirar também uma foto comigo, o que se chama na redação
‘Fanboyfotos’. Ao sair, há agora uma multidão significativamente grande de fãs
lá fora, quase invariavelmente de adolescentes femininas. Que continuam sendo o
coração do Rock ‘n’ Roll. Não importa em que ano seja.
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